segunda-feira, 19 de abril de 2010

O RIACHO DO VALE IHLARA

A maior parte de nós pára num determinado ponto de nossas vidas e nos entregamos, não há mais energia nem para viver nem para morrer, mas o riacho nunca parou. Até mesmo naquele momento no qual a água esta diminuindo e os peixes respiram com dificuldade, ainda assim ele corre mantendo sua fé para ir longe.
Nós olhamos as espumas brancas do riacho e ficamos calados, você eu e minha sombra, que cedi para o riacho, nossas solidões de cor prata entraram em combate. Quando estávamos escutando a voz do riacho você afirmou que: “tudo não é nada”. Nos calamos como se pudéssemos morrer se falássemos e quebrássemos aquela magia.
Falei sobre a solidão, pensei: _” o que você fez com sua solidão e sua sombra? você deu para o riacho com uma cerimônia sagrada? Nossas sombras correm até locais muitos distantes com o riacho? “.
À noite estava chegando e estava escurecendo rápido no Vale Ihlara, a voz do riacho crescia e ele já não lavava os galhos das árvores que pendiam nas suas águas, agora tínhamos que ir embora dali, do riacho, do vale...Chegava a hora! Eu olhava pela última vez para o riacho quando terminamos de subir, lá de cima...Eu murmurei para ele: “Adeus meu amigo!”.
Minha costela ainda sente dor, minha sombra não me segue mais... Eu ainda estou no vale Ihlara...
* Vale Ihlara: vale que fica no centro da Turquia, lá fica a Igreja de São Jorge, ele nasceu na Capadócia, Turquia.
Erol Anar,
Folha de Londrina
15 de Agosto de 2008
A maior parte de nós pára num determinado ponto de nossas vidas e nos entregamos, não há mais energia nem para viver nem para morrer, mas o riacho nunca parou. Até mesmo naquele momento no qual a água esta diminuindo e os peixes respiram com dificuldade, ainda assim ele corre mantendo sua fé para ir longe.
Nós olhamos as espumas brancas do riacho e ficamos calados, você eu e minha sombra, que cedi para o riacho, nossas solidões de cor prata entraram em combate. Quando estávamos escutando a voz do riacho você afirmou que: “tudo não é nada”. Nos calamos como se pudéssemos morrer se falássemos e quebrássemos aquela magia.
Falei sobre a solidão, pensei: _” o que você fez com sua solidão e sua sombra? você deu para o riacho com uma cerimônia sagrada? Nossas sombras correm até locais muitos distantes com o riacho? “.
À noite estava chegando e estava escurecendo rápido no Vale Ihlara, a voz do riacho crescia e ele já não lavava os galhos das árvores que pendiam nas suas águas, agora tínhamos que ir embora dali, do riacho, do vale...Chegava a hora! Eu olhava pela última vez para o riacho quando terminamos de subir, lá de cima...Eu murmurei para ele: “Adeus meu amigo!”.
Minha costela ainda sente dor, minha sombra não me segue mais... Eu ainda estou no vale Ihlara...
* Vale Ihlara: vale que fica no centro da Turquia, lá fica a Igreja de São Jorge, ele nasceu na Capadócia, Turquia.
Erol Anar,
Folha de Londrina
15 de Agosto de 2008

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